Prevalência de dor em praticantes de Stand Up Paddle
30/09/2014 20:42
O objetivo do estudo foi verifcar se os praticantes de SUP apresentam queixa de dor, tanto pela utilização de um remo como alavanca, já que em estudo com atletas de kaiak, 53% dos atletas de elite entrevistados apresentaram lesões de ombro (EDWARDS A., 1993), tanto pelas manobras realizadas na modalidade surfing.
O SUP é um esporte que está sendo muito bem aceito pelas mais variadas faixas etárias devido à facilidade de praticá-lo, quando em águas paradas, e pelos benefícios que este pode trazer. Já chegou a ser comparado com pilates, pela estimulação da propriocepção, e até tem sido usado como forma de treinamento para triatletas por dar condicionamento físico, cardíaco e fortalecimento do centro de força abdominal. Há uma necessidade de maiores pesquisas no assunto, já que a disfunção mecânica no ombro é considerada como maior fator contribuinte no desenvolvimento de dores no ombro em remadores (WALSH M., 1989) e no Brasil há pouca informação tanto para prevenir possíveis lesões neste esporte, quanto para tratá-las.
Foi realizada pesquisa através de questionário objetivo perguntando idade, modalidade, tamanho da prancha, se utiliza remo adequado para sua altura, há quanto tempo e qual a freqüência que rema, se sente algum tipo de dor, como avalia essa dor, utilizando escala EVA, o que utiliza para tratar a dor, se conhece quiropraxia e se já foi tratado por algum quiropraxista.
Participaram da pesquisa 24 praticantes de Stand Up Paddle, 7 da modalidade crossing, e 17 da modalidade surfing. Dentre estes 2 mulheres e 22 homens, de 26 a 47 anos de idade, 21 brasileiros, 2 havaianos e 1 francês, que remam há 6 meses até 5 anos. Dos participantes, 7 remam todos os dias, 3 cinco vezes por semana, 5 três vezes, 3 duas vezes, 5 uma vez, e 1 deles rema somente no verão, sendo diariamente. Deles, 5 não tinham dor alguma, 6 apresentaram queixa de dor no joelho durante e após a remada, tanto em remadas de longa distância, quanto surfando, 7 apresentaram dores no ombro, 5 apresentaram queixa de torácica baixa e lombar, 3 dor cervical, 3 dor generalizada caracterizada como fadiga muscular, 1 abdominal, 1 cotovelo, 1 pernas, 2 pés. Quanto à quiropraxia, 9 não conheciam, dos 15 que conheciam, 8 já haviam sido ajustados por um quiropraxista e afirmaram ter tido bons resultados quanto à melhora da dor causada pela prática do SUP.
Dos participantes que apresentaram dores nos ombros, 1 deles não tinha o remo cortado de acordo com sua altura, um palmo acima da cabeça, de acordo com o fabricante (Art In Surf). Com uso de remo muito longo, há uma maior elevação no ombro na hora de produzir a alavanca e assim há sofrimento das estruturas desta articulação. Os praticantes que não sentem dor alguma, são aqueles que percorrem longas distâncias diariamente. Os que apresentam dor no joelho, em sua maioria praticam mais em mar com ondas, ou já apresentavam queixas anteriores. Os pacientes com dor lombar apresentaram queixa em outras regiões, talvez, pois o equilíbrio e controle postural são deficientes em indivíduos com esta queixa (PANJABI ET AL, 2005) fazendo com que outras regiões, tais como ombro e cervical sejam sobrecarregadas. Dos participantes, 4 utilizam medicação para o alívio da dor, 1 massagem, 5 alongamento, 2 repouso, que dizem aliviar, mas a dor sempre volta com a prática.
Através deste estudo podemos considerar a importância de pesquisas no esporte, tanto como forma de elucidação da população para os cuidados, benefícios e possíveis lesões, quanto para sugerir novas formas de tratamento, não invasivo e não medicamentoso, como a quiropraxia, de forma a fazer com que os atletas não tenham perda em desempenho e não apresentem dor durante e após a prática. E também como forma de prevenção, evitando lesões mais graves e a reincidência de dor. Quiropraxistas tratam atletas por três razões: melhora do desempenho através de maior liberdade de ação das articulações e dos músculos, prevenção e o cuidado de lesões (CHAPMAN-SMITH,2001).